Lancellotti quebrou algumas das pedras instaladas sob um viaduto no Tatuapé/Imagem: Reprodução/Twitter
Em publicação nas redes sociais, o padre mostrou sua "indignação diante da opressão" que a obra da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) representa para ele.
"Marretada nas pedras da injustiça", escreveu Lancellotti, reconhecido na capital paulista por ser defensor e ativista pelos direitos dos moradores de rua, que somavam 24.344 pessoas em 2019 segundo censo feito pela Prefeitura.
Com a pandemia de covid-19, estima-se que esse número possa ter aumentado consideravelmente.
"É desumano, parece um campo de concentração", afirmou o padre à TV Globo, enquanto acompanhava na Zona Leste o trabalho de uma equipe contratada pela Prefeitura de São Paulo, que decidiu desfazer a obra quatro dias após ela ser iniciada.
"A segunda questão é do gasto público, da irracionalidade de uma cidade com tanto problema gastar todo esse dinheiro nisso", completou Lancellotti.
A Prefeitura de São Paulo afirmou em nota que a
determinação para realizar a obra foi uma "decisão isolada" de um
funcionário da Subprefeitura da Mooca, sob o comando de Guilherme Kopke
Brito. A gestão de Covas informou que exonerou o servidor responsável
pela ação.
Prefeitura de São Paulo iniciou hoje pela manhã a remoção das pedras, poucos dias após a instalação/Imagem: Reprodução/TV Globo

"Isso eles dizem que é fato isolado. Não é verdade. É política dessa subprefeitura da Mooca. Já tinham feito em outro na avenida Salim Farah Maluf", protestou Lancellotti em entrevista ao Estadão, se referindo ao viaduto Antonio de Paiva Monteiro.
"Nós temos sugerido à administração a locação social, que é um caminho já no mundo todo utilizado. A outra coisa, a bolsa aluguel", afirmou Lancellotti sobre alternativas de apoio à população de rua que tem feito à administração paulistana.
*Com Estadão Conteúdo