A Polícia Civil do Rio Grande Sul prendeu sete pastores evangélicos
que estavam envolvidos no esquema de venda de carros, barcos e até
aviões “fantasmas” em uma operação batizada de “Deus tá vendo”. Agora a
líder do grupo, Andréia Rosângela Marques Pinto, de 49 anos, foi presa
depois de se apresentar em uma delegacia do Rio de Janeiro.
O grupo conseguia convencer os fiéis que os veículos custavam menos
de 60% do valor de mercado por serem automóveis apreendidos pela Polícia
Federal, mas quem comprava não recebia o produto.
O golpe foi aplicado em pelo menos cinco estados brasileiros Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do
Sul e também no Distrito Federal. A polícia acredita que os criminosos
chegaram a lucrar R$20 milhões.
O delegado Álvaro Becker, do 2º DP de Bento Gonçalves (RS), que é o
responsável pelo caso, conta que os clientes interessados nesses
produtos tinham que depositar o valor do veículo e aguardar trinta dias
para que a entrega fosse feita. Quando o comprador cobrava a entrega os
pastores pediam mais tempo.
“Eles usavam todo o tipo de desculpa, desde o carnaval até a invasão
do Morro do Alemão, para tentar explicar a demora na entrega. Até que,
em novembro do ano passado, um pessoal de Veranópolis (município no
nordeste do Rio Grande do Sul) procurou a polícia”, disse Becker.
O delegado já ouviu a mulher, segundo ele Andréia Rosângela teria
negado todas as acusações dizendo que é apenas mais uma vítima do bando.
“Ela diz que, na verdade, é mais uma vítima disso tudo. Eu diria que
ela é uma artista. Mas não nos convenceu. Tempos provas de seu
envolvimento com o golpe”, alertou.
As investigações mostram que em Brasília encontra-se o maior número
de vítimas desse golpe onde 255 veículos teriam sido vendidos. No Rio
Grande do Sul a quantidade de venda foi bem menor, 40 veículos. O
delegado acredita que todo o golpe foi orquestrado no Rio, mas
precisamente em São Gonçalo. - Extra.